Noções de brevidade
Deitado sobre o pó que um dia fui
abri o livro das visões e atravessei o vazio
sobre o abismo do esplendor.
Agonizei no prazer da luxúria
onde a face confinada na imaginação
tocava o desejo na gravidade do fogo
na luz exaltada de fantasia.
Subtraí-me para não perder
a divisão da beleza profética.
Com a alma presa pela convulsão
regi o canto na cadência do imprevisto
com o engenho de profanar a religiosidade.
Ao contemplar o fulgor da glória
tocou-me a previsão do espanto
na sintonia dos sinais desesperados.