Sequer, se quer

Em busca de um sonho,

Que acredito sonhar,

Todos os dias

Até acordar.

Atravessei dilúvios

Que eu mesma criei,

Das lágrimas perdidas

Que, em vão, desperdicei

Atravessei desertos,

Incompletos

Feitos de mim

Da solidão

E de algo incerto

Que carrego,

Se não desperto.

Após dilúvios e desertos,

Conhece-se o poema

Nos meandros incertos

Têm-se um tema,

Têm-se a paz,

Fugaz

Em um segundo se quer

Nada além de um sonho, sequer

O mundo mudo

Um suspiro

Um só segundo

Em que respiro

E mudo:

Foi-se tudo

Dorme, que a manhã o aguarda, sequer

Se quer.