Acalanto
Sobre o sol iluminado em que pousaste
plantei o olhar da inocência e da beleza.
Em cada missão da fantasia arrebatada
vingou a luz nas primaveras refulgentes.
Qual flor da exuberância existencial sentirá
o perfume de embriaguez da tua voz frágil
e misteriosa nas horas dos dias sequiosos
que incitam a juventude no compasso 4/4?
Quando notares não mais estarei junto a ti
apenas o abismo que cavei com desespero
e precisão será teu mensageiro inseparável.
A ousadia dos desencantos é o delirante
cristal gótico sobre a íris visionária da fé
onde a cantilena da passarada pressupõe
a arcada impetuosa da aurora vermelha.
Amo-te como se tivesse me transportado
para teu coração sossegado de abelhas.