À espera da última estação

Teu corpo é um labirinto

com fendas e orifícios

sobre destinos sem saídas.

Perdi-me e só por me perder

encontrei a chave da despedida

sobre ofícios que me abrigaram

entre carícias e galanteios.

A juventude tropeçou

na revelação precoce

de acordes e ardores

sem futuro nem pudor.

Poderia perder-me mais

quando desandei no fim

que por certo me levaria

ao luto de cada funeral.

Qual a chave da expedição

por onde todos passaram

deixando a lição aberta

e selaram o sinal de partida?

Não desvendei o segredo

e muitos hão de passar

pela mesma circuncisão.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 03/12/2018
Reeditado em 07/12/2018
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