Diapasão
Há um poema dentro do poema
com versos aflitos de alegorias
como há no verbo o precipício
da interrogação versicular.
Na elegante sina da trama
onde os cantos se desnudam
na profana melodia do verso
há a magia da rara invenção.
O código vigilante de arte
é um quadro misterioso
no vespeiro da medida
que se funde nas divindades.
A transfusão de imagens
por onde corre o sanguíneo estro
ferve na lucidez dos madrigais
quando a fantasia se divide
no transe do espasmo humano.