A sombra difusa no espelho

Nada sei da misteriosa sombra esquiva

nem do vício tingido de secura sem fim.

O rosto enrugado pelo olhar esquecido

é ato infame dos entusiasmados aflitos.

Da nebulosa lua fez-se a inquieta noite!

Esta sala de sombrias fugas e tragédias

insensatas são quadros de gritos vazios

entre viagens de sons e trêmulas visões.

Nem a canção fez-se instante da história.

O silêncio é a conta do paraíso esgotado

que perdeu-se sem o gênio do esplendor.

Quando o fervor sensorial acertar o peito

e o ar frio da vaidade viciar-se na morfina

esta droga fina será o transe da memória.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 01/12/2018
Reeditado em 05/01/2019
Código do texto: T6516196
Classificação de conteúdo: seguro