A sombra difusa no espelho
Nada sei da misteriosa sombra esquiva
nem do vício tingido de secura sem fim.
O rosto enrugado pelo olhar esquecido
é ato infame dos entusiasmados aflitos.
Da nebulosa lua fez-se a inquieta noite!
Esta sala de sombrias fugas e tragédias
insensatas são quadros de gritos vazios
entre viagens de sons e trêmulas visões.
Nem a canção fez-se instante da história.
O silêncio é a conta do paraíso esgotado
que perdeu-se sem o gênio do esplendor.
Quando o fervor sensorial acertar o peito
e o ar frio da vaidade viciar-se na morfina
esta droga fina será o transe da memória.