Sob as terças gregorianas
Cobertas com véus, as pernas da perversão
contemplavam o sol definindo a visão das ruas
onde os pássaros noturnos perseguiam
a luz atordoada pelo brilho da aurora
mas as horas tem habilidades
num lance de dados
como a cadência lenta
se agita na fuga da presa
e em mim adormece o desejo
de voar pelo silêncio da infinitude.
Onde chegarão os sonhos?
Na avenida incerta da amplidão
com o vazio vertendo as cores
pela angústia do incondicionado
ou se refugiarão sobre
o manto do crepúsculo?
As manhãs são vaidades na máquina de tear
ou na nudez vestida de prazeres e espasmos
sem revelar minha sombra de anil
no despertar alvoroçado de pestanas?