Dissonâncias
Creio no dom do poeta
para encantar o leitor
mais grave ou sem fé
e disseminar o arroubo
na força da desordem.
O que seria do olhar
sem o poeta e o leitor?
E do poeta e do leitor
sem a vida auriverde
com farsas e agouros?
A irrupção serve para quem
ferveu no calor do silêncio
e despertou na ascensão
fatal do prazer fecundado.
Deixar um dia sem alento
é levar-se pela correnteza
nas ondas malditas do mar.
Eis um dos segredos
para puxar o pino no
palco da solenidade.