Invenção N. II
Numa tarde aflito, um arco-íris
com breves silêncios de harpa,
andava sobre nuvens inocentes
com o sonho enfeitado de azul.
Ornamentava o colibri no encanto
o poente na gradação do declínio
numa penumbra de luz na solidão
com pedras e silêncio de regresso.
Pelo espaço, um canto nos lábios
com a pele fértil de intimidades
onde flores vermelhas no sarau
brilhavam no vão farto de poesia.
Era a noite que se abria grandiosa
para dividir a saudade em delírios.