Invenção N.I
Lapidar o perfume pela metade
nas gotas inebriantes do frenesi
até a sangria completa do canto
em finas lâminas de insensatez.
Decepar a lírica do significado
no requinte sutil da alucinação
para destilar a figura no verso
após a meta plástica do poeta.
Cantar o senso perverso do poema
nas lágrimas incontidas da matéria
num canto, num traço, num aroma.
Bailar com palavras nuas sem tons
pelos caminhos úmidos da secreção
entre a memória e o véu da fantasia.