CHEGANDO AO FIM
Chegando ao fim!
Estou morrendo aos poucos,
minguando a cada dia de vagar.
Aos setenta e três anos vividos,
sem operação, cirurgia, implante,
vou trocando as células, pele,
envelhecendo, artrite, artrose,
ciático, câimbra, gota, esclerose,
lutando pela sobrevivência.
Estou passando da média de vida,
com esperança de vida longa,
vou fazendo exames, medicando,
para chegar aos noventa. É muito?
Não! São só dezessete anos mais.
O problema é aceitar as evoluções,
sociais, morais, profissionais, etc.
Quem vai cuidar de mim no final?
Os mortos que enterrem os mortos!
Chico Luz