A AMARELINHA

Eu vi o skatista,

coroa, sério, de costas

Seu skate voava

E ele em seu skate olhando ao redor

Depois vi a amarelinha pintada no chão do calçadão

Aquela mesma que dizia aos saltadores:

"Pule em mim" "saia da solidão".

Aos poucos minha cidade sai do acinzentado acimentado

De lembranças de infância que surgem aqui e acolá

Das cinzas as amarelinhas pintadas com tinta grudada e estranha, cor de flores.

Era cinza por causa do asfalto incolor.

Agora a calçada tinha ardores

Agora revivia das antigas cantigas

das reuniões de amarelinhas

dos aromas das flores da noite que do caminho à volta à casa previam

Ah, as antigas amarelinhas das flores

Ah, o skatista está certo

As lindas histórias não precisam ser dores

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 17/10/2018
Reeditado em 17/10/2018
Código do texto: T6478721
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