A AMARELINHA
Eu vi o skatista,
coroa, sério, de costas
Seu skate voava
E ele em seu skate olhando ao redor
Depois vi a amarelinha pintada no chão do calçadão
Aquela mesma que dizia aos saltadores:
"Pule em mim" "saia da solidão".
Aos poucos minha cidade sai do acinzentado acimentado
De lembranças de infância que surgem aqui e acolá
Das cinzas as amarelinhas pintadas com tinta grudada e estranha, cor de flores.
Era cinza por causa do asfalto incolor.
Agora a calçada tinha ardores
Agora revivia das antigas cantigas
das reuniões de amarelinhas
dos aromas das flores da noite que do caminho à volta à casa previam
Ah, as antigas amarelinhas das flores
Ah, o skatista está certo
As lindas histórias não precisam ser dores