Lírico

Pelas estradas e horizontes infinitos

De minha vista cansada, nesse irrefreável movimento

Caem-se aos gritos, aos montes, em lugares distantes

Há dores que divido com o mundo, uma ode à alegria

Sonho com mártires da antiga Roma

Aquieto-me sem que compadeça

Dessas almas ruins, há muito do lado de cá

Dos meus ritos de menino, de corpo e alma

Nasce-se e morre-se da mesma forma

Enclausurados em etiquetas

Diga-se Adeus aos grandes

Quando Proust escreveu o mundo

Adeus ao meu coração, adeus a vida

Onde há muito eu desejava paz

Se foram os ritos, se foram as folhas

Branco e cadavérico, esses reflexos de vitrine

Das lojas, dos corpos, foram-se tudo

Se amanhã ainda houver vida, dirão os sonhadores

Bravos em suas canções imortais

Buscam seus gládios, como César

Mas sem sucesso, resistem

No céu acima os pássaros voam

Sem liberdade

Eles não vivem mais, tudo agora é fútil

Tudo agora é luta, mas sem pudor

São outros os motivos de tristeza

São outros risos, outras lamentações

Absolutamente resoluto em meu caminho

Escrevo para que não me esqueça

Wilde
Enviado por Wilde em 21/07/2018
Reeditado em 21/07/2018
Código do texto: T6395825
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.