Quando todos são 
eu também fui.
Fui armador duma frota numerosa
que lancei ao mar largo dos desejos
E de altas ambições...

Por largos anos,
arrostando tempestades,
percorreu todos os quadrantes,
sem ter descanso,
sem fazer aguada,
sem encontrar abrigo. 

Todos os meus navios se perderam...

Só a caravela onde embarcara
os sonhos maiores
e as mais caras ilusões
regressa agora
ao porto do meu coração.

Vem com as velas rotas
os mastros partidos,
desmantelada,
Mas carregada de saudades
daquilo que eu não fui...

Costa das Flores, Setembro de 1958
                                               LUÍS DE SERPA