NO CAMINHO DOS QUERO-QUEROS
Num impulso, olhei pela janela do carro e vi o orvalho.
A grama estava vestida de gotículas que a faziam brilhar.
Desejei que nunca mais passasse alguém por aquele caminho, lavrado a pés insensíveis que se apegam somente à pressa de chegar.
Orvalho pisoteado por fila de transeuntes desgruda e despenca.
Uma família de quero-quero vira-e-mexe aparece por ali; para comer, para brincar, para guardear.
Tocam dali as pessoas de pés insensíveis e apressados, gritando seu nome às avessas:
"Não quero-não quero!"
A esta hora, o orvalho já deve ter secado, as
pessoas já não estão passando apressadas, os
quero-queros não querem nada mais que o sossego do ninho escavado na grama.