SEM QUERER QUERENDO

Eu não era eu.

Nem a flor era você.

Em nós havia uma estranha confusão.

Um ego descolado.

O eixo éramos nós.

A circunferência fazia nossas cabeças.

O sol demorava despontar.

Em nosso olhar uma canseira tinha uma visibilidade,

Enquanto que por entre nossos passos,

Havia uma saudade do que faltou a nós mesmos.

Agora algo vago aparece

Assim meio nebuloso

Marcando a presença sádica

Naquele beijo gostoso

Mas há também perspectivas

Quem antes nem ousaram existir,

Apenas lembranças do passado

Que nos faziam sorrir

De quase tudo na vida

Saindo sem querer sair.

Poxoréo – MT, 2000.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 01/03/2017
Código do texto: T5927232
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