SEM QUERER QUERENDO
Eu não era eu.
Nem a flor era você.
Em nós havia uma estranha confusão.
Um ego descolado.
O eixo éramos nós.
A circunferência fazia nossas cabeças.
O sol demorava despontar.
Em nosso olhar uma canseira tinha uma visibilidade,
Enquanto que por entre nossos passos,
Havia uma saudade do que faltou a nós mesmos.
Agora algo vago aparece
Assim meio nebuloso
Marcando a presença sádica
Naquele beijo gostoso
Mas há também perspectivas
Quem antes nem ousaram existir,
Apenas lembranças do passado
Que nos faziam sorrir
De quase tudo na vida
Saindo sem querer sair.
Poxoréo – MT, 2000.