Fim do dia

SSSSShhhhhhh...
eu posso tocar o silêncio
e vem na minha direção,
é essa sombra do tal Fulgêncio?
São estranhos esses dois, não são?

SSSSShhhhhhh...
Nada aqui diz o que não pode,
Só fala o que cabe na prosa
Nada mais, nada menos, sobe
Tem que, sim, descer, nessa glosa.

SSSSShhhhhhh...
Noite desses barrancos caindo,
Noite de sono bom burguês,
É a minha boa intenção indo
À forra, senhor, o que fez?

SSSSShhhhhhh...
É o fim do dia, acabou,
Só resta descansar, rom-rom
É a voz finda, que se calou,
É lençol e foi-se, tá bom?
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 05/08/2016
Reeditado em 05/08/2016
Código do texto: T5719949
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