Mais do mesmo
O rosto embebido
Na calada da noite
Desnuda frente à janela
Alma escancarada
Aberta
Filetes vermelhos
Gotejam a vida
Não me negue a ida
Pois temo a volta
O amargo da nicotina
Reverbera no lábio ressecado
Corpo trêmulo
Envergonhado
Por ser quem sou
Desistir é meu nome
Me chame por outro
Não gosto do gosto
De estar
Ainda que tarde
Fique um pouco
Um sabor lava o outro
Queria não acovardar
Na sacada, o pisca-pisca
Traz de volta o assombro
O tempo derradeiro
Sem dono
De coisas nunca vividas
Queria ser nulo
Torso seco
Eunuco
Incapaz de povoar
A terra com o desespero
Só me sobrou o medo
Na mesa do jantar