A procura de inspiração
Eu tava procurando uma inspiração
Algo interessante para dizer
Inteligente o suficiente, que me fizesse parecer
Melhor do que eu era ontem
Mas não consegui pensar em nada
E cada palavra escrita ou falada
Me parecia inventada ou insignificante
E parecia que nada que eu rimava
Era assim tão empolgante
No fim, tão elegante desajuste
Me fez ver que eu estava errada
Era justamente a confusão, que me cercava
Transbordando o coração e a própria alma
Que eu tanto precisava
Um pedaço meu, que nessa folha se findava
Palavras, poucas delas conscientes
Umas outras, quase coerentes, insensatas e carentes
Mas que para bastante gente
Não queriam dizer nada
Eram ironicamente essas, embaralhadas
Em um jogo esquisito e sem sentido
Que eu mais me identificava
Era como se escrevendo, uma parte de mim
Estivesse se apresentando para mim mesma
Com medo de ser julgada
E as vezes, de mil voltas que eu dava
Uma e meia eram registradas
De tanto divagar entre o presente, o futuro e o passado
Tudo parecia vagamente combinado
Como se antes mesmo de eu ter imaginado
Ter uma ideia, uma sensação
O que quer que eu tenha procurado
Já houvesse sido escrito por mim mesma
Em outra ocasião