SE DIZ DO POETA
Ser poeta é ver no simples a grandeza e a magia,
É ver na asa de uma borboleta todas as cores de um dia,
Amar o Som do trem, ver janelas de possibilidades
No silêncio da natureza, o ressonar da paisagem.
No orvalho que tranquilo repousa sobre a relva
No pirilampo que rutilando se perde na escuridão
Que imitando as estrelas, clareia a escura selva.
Poetando, com o pequeno besouro na palma da mão.
Na ponta da caneta está o sentimento, o coração,
Poeta não tem jeito, derrama toda a euforia
Para descrever com minúcias, a beleza de um açafrão
E a cativante indiferença da vaidosa hortênsia.
Poeta não mede a distância entre o sonho e a realidade
Se atira de casaco e luva, sem medo de águas profundas.
Não tem quem o segure na tempestade ou na chuva.
Busca o vinho da poesia sem esmagar ou ferir as uvas.
Está sempre sorrindo, mesmo com o coração partido
É leve, suave e encantado, como aroma de jasmim.
Escreve mil poemas, e não tem nenhum repetido
Todos têm a magia e o encanto de um alecrim.
Poeta, mesmo juncando o chão de pétalas desfolhadas
Pisando com brandura, para não as ver esmagadas.
Junta essa seiva, que se torna tinta a esboçar os amores.
No pergaminho do coração, a rima dos compositores.
Quem canta as poesias, nem conhece as dores,
Que foram geradas de sofridos momentos
Como espinhos pontudos se fez a paleta de cores
Que estão estampadas nas telas dos eventos.