Tempo
A música que toca o silêncio
A chuva que pinga na pele
Dos ventos que embrulha meu corpo
Da pele que roça na pele.
Ventania das altas madrugadas
Suspira teu hálito menino
Ideias da cabeça maldita
Que não para ... Para ... Para
ao tic tac do relógio.
Poeta que em mim tu vive
Empurra a poesia; Seca minh'alma
Vomita o que de tua cabeça enche.
Nunca deixe de me mostrar
As pequenas coisas da vida
Desde a garça que canta crua
Até o arranho do gato brincalhão.
De cansaço tu deita na minha alma
Com a chuva tu faz-se de vel
Com a teimosia que fecha meus olhos
Chove, madrugada e céu.