SEM TÍTULO 

Ando em desalinho
Desalinhada
Farrapo dependurado no varal
Vento sopra, balança, mas não leva
Estou por um fio... de ponta cabeça
Vejo o céu sobre os meus pés
D'olhos, respingos molham a terra
Alma desidratando....
Sem inspiração, também não sou inspiração para o poeta
Vou rascunhando o que me dá na telha, aqui, sem pé e sem cabeça
Será que você me entende?
Não, ninguém me entende
Rabisco assim mesmo, confusões de minha mente cansada
Sem sonhos, sem cor, opaca , amargurada.
Tem alguém comigo , voltou, insiste em ficar,
Companheira indesejável, não foi convidada
Ela me faz chorar, velha bruxa...
Ah, me perdoem pelo plágio, me perdoe o grande Camões
Me veio na cabeça que ele não falou de amor
Falou Dela, a negra megera...
Ela é dor que dói e não se sente
É fogo infernal que arde sem queimar
É morte da alma da gente....
E punhal no coração cravado sem ferir
Mas faz sangrar....













 
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 17/03/2023
Reeditado em 17/03/2023
Código do texto: T7742094
Classificação de conteúdo: seguro