A Mesa: Desordem e Caos
Naquele lugar que passas todos os dias,
a incerteza sempre paira, sempre recai.
Onde nada de luz ou claridade toca,
é lá onde permaneces, é lá que se foca.
Lápis, canetas e folhas escritas,
tudo interrompido, uma bagunça aflita.
Nada organizado, tudo num caos.
O que estava em ordem, agora não mais.
Mas a curiosidade provoca a procura,
de tanto buscar, se esquece da dura
tarefa de organizar novamente,
aquela mesa rústica, tão diferente.
Rusticidade que salta aos olhos,
contrasta com a desordem, com os rolos.
De histórias contadas pela metade,
sobre a superfície, cheia de saudade.
Muitas histórias, conversas e momentos,
surgiram em volta, deixando sentimentos.
De aspirações e vontades de alcançar,
aquilo que não se pode mover, que está à par.
E com os pés presos sobre correntes,
caminha imóvel, permanece presente
no ambiente sombrio de incerteza,
que todos os dias enfrentas com destreza.
Das folhas, continuam sobre a mesa,
aquela mesa que nunca termina, nunca cessa
de contar histórias, sem ponto final,
e assim seguimos nessa rotina tão banal.