Eu resido só...

Eu, em mim, resido só.

Afago meus desenganos,

Escuto a chuva no telhado...

Abro a camisa e sinto o vento.

Sou desses solitários que ama

A escrita sem compromisso; eu vou

Ilustrando com letras a minha angústia...

Eu me banho nas águas de um rio ideado.

Eu sei andar às margens de um rio inventado.

Sei sofrer pelas lágrimas desperdiçadas a ela.

Que vontade de não ter vontade de nada e ser

Feito passarinho: voejar, assentar, gorjear, voar.

Depois; inventar de não ser mais poeta; a poesia não

Me engana mais o peito. A dor que me dói é autêntica.

Tão real que minhas letras caminham de cabeças baixa

Pela dor que me gasta a alma e me deixa triste e sereno!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 26/01/2023
Código do texto: T7704547
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