O INFERNO
O inferno não é frio, não é quente
O inferno, é um buraco vazio
Vivendo dentro da gente
A falta de esperança
Os sons embaralhados
O inferno te faz reviver os teus pecados
Dia a dia, noite e dia se confundem
Numa fusão esfumaçada
Onde tudo, nunca é nada
O inferno te consome lentamente
Te fazendo enlouquecer, sem reparar
O inferno de verdade, está no inconsciente
E não em um só lugar
Não há lagrimas no inferno
Nem futuro, não há esperança e nem perdão
Só apatia e confusão
Coexistindo intensamente, com os desejos do coração
O inferno é estático e cinza
Nada muda, nada segue em frente
Os minutos viram horas e as horas são ilusão
A tortura de verdade, é feita pela própria imaginação
Que cria e recria a dor
E vivencia
Repetidas vezes, sem pausar
O inferno é realmente insuportável
Mas conveniente
Para os que se recusam a sair de lá
E é possível estar no inferno, ainda vivo
E querer morrer todo o segundo
Pra sentir qualquer coisa além
O inferno vai fazer você duvidar que é alguém
Na verdade, quando você perceber
Vai se tornar parte da mobília
Imitando os outros ecos na escuridão
Escondidos atrás de um sorriso triste
Mas o inferno não existe
O que existe é a entrega, o deixar de se cuidar
O inferno de verdade
É viver uma mentira
E esquecer suas vontades
Esperando que um dia, algo venha te salvar
Não espere, pois seja aqui
Ou no inferno
Só você pode transformar
O inverno no inferno, não congela
Paralisa e hipinotiza
Implantando sentimentos revirados
Vindos de um passado não curado
A culpa te devora e a solidão sonora
Só grita os erros de outrora
Esquecendo tudo que foi bom
O inferno é na verdade, essa sensação
Que te invade, como um parasita
Se agarra ao pensamento
Te roubando a visão