Os invisíveis
Quando chegamos, o som se afasta.
Volta logo, não era ninguém.
Quando falamos, os ouvidos se fecham.
Abrem-se logo, não era ninguém.
Quando ouvimos, espere aí...
Não era ninguém.
Somos como a luz que passa pelo vidro, sem que ele perceba.
Não estamos na agenda.
Somos a página que ficou em branco.
Não conseguem escrever, não querem.
Estamos sentados em um banco de estação.
Vemos o transitar das pessoas.
Os trens vão e vem.
Eles não param.
Não tem ninguém.