Os invisíveis

Quando chegamos, o som se afasta.

Volta logo, não era ninguém.

Quando falamos, os ouvidos se fecham.

Abrem-se logo, não era ninguém.

Quando ouvimos, espere aí...

Não era ninguém.

Somos como a luz que passa pelo vidro, sem que ele perceba.

Não estamos na agenda.

Somos a página que ficou em branco.

Não conseguem escrever, não querem.

Estamos sentados em um banco de estação.

Vemos o transitar das pessoas.

Os trens vão e vem.

Eles não param.

Não tem ninguém.

valdir meira
Enviado por valdir meira em 20/05/2022
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