VISÕES DO UNIVERSO

VISÕES DO UNIVERSO

 

Tudo pra nós vem da cultura,

E assim vou forjando meu elmo,

Depois vem a parte da armadura,

Mesmo que ainda esteja cego.

 

Tudo é macro no Cosmo profundo,

Mas feito dos micros que somos,

Por isso eu caço no pasto imundo,

Se quero ser grifo e não o gnomo.

 

Tudo que enxergo eu passo no filtro,

Que será bendito se for mensageiro,

Mas vejo o aderno e logo eu grito,

Pra ver o meu eco no desfiladeiro.

 

Assim, vi um canyon tão grande,

E as cachoeiras que nele fluiam,

Mesmo tendo um vento que range,

E as cortinas de véu que cobriam.

 

E a beleza das quedas d'água,

Me traziam o sonho e o anseio,

Como os versos ditos na praça,

Que esvoaçam até meu cabelo.

 

E até quando eu seja proscrito,

Serei verbo que afronta Apolo,

Pois a Ágora sepulta meu grito,

Desde Drácon ou mesmo Sólon.

 

Desse jeito eu vejo e sigo na vida,

Com minhas visões do Universo,

No colo e afago da loba parida,

Ou no frio uivo do vento liberto.