LIBERTO
Conduzida pela palma de suave brisa
Baila a paina, leve, alva e singela
Diante ao meu olhar
Toca o solo com a delicadeza de um afago
Move-se lentamente...
Como a me dizer que não criará raízes
Suscita-me a um diálogo filosófico
Entre solitude e liberdade
Ouço com o olhar
Por istantes, percebo a vida despida de fantasias
Despojada de vãs esperanças
Apartada da arrogância suprema, de ter sem possuir
Percebo-me liberto do engodo da permanência
Foi-se a paina...
Sem raízes, sem esperanças ou arrogância
Sigo vivo...
Talvez sustentado por derradeiro momento
Até ser tocado, pela palma da suave brisa.