Faz de conta que acredito

Por troco tu trabalhas o ano inteiro

És um forte brasileiro entre teus irmãos iguais

Teu sorriso desdentado na alegria

Cospe e engole a agonia dos teus mandos infernais

No mundo que tu moras vives mudo

Sem a vez, sem conteúdo nos teus dias marginais

Pensa a gente que teu couro é sempre imundo

Teu pescoço assim corcundo é tão normal aos anormais

Colônias dos abutres gerenciáveis

Cobras, sombras rastejáveis nos abraços mais sociais

Disfarçam no tapinha e no veneno

Escondendo o vil segredo nos seus dentes mais fatais

Mas morrem os insetos no meu vinho

Quando os sinto tão sozinhos nos seus sonhos, “querer mais”

Me surgem vermes verdes quando durmo

Num enjoo vil, noturno, dos meus sonhos mais banais...

Pinguinho Neto
Enviado por Pinguinho Neto em 08/05/2021
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