O tempo e a vaidade


E no tempo as cores vão se misturando

Com o arrebol da vida. Quanta saudade!
Recordando eu vejo a minha mocidade...
Enquanto dela em versos vou chorando.

A vaidade é a minha pérfida conselheira...
Fala-me ao ouvindo notícias tão estranhas.
Queima o tímpano e fere-me as entranhas.
Mas é a minha fiel e pronta companheira...

Enche o meu coração com o tolo egoísmo...

Me faz duvidar que existe o belo e virtuoso.

Mostra-me do orgulho o rebento monstruoso
Quando arrasta o meu espírito para o abismo.

Ainda que esta seja a testemunha impoluta
Da minha efemeridade, caro tributo cobra...

Essa estupidez, mais meu desespero dobra

Fazendo-me experimentar a perda absoluta.

Assim a fluidez do tempo vai se sublimando

Na criatura. A me perpetuar no denso escuro

Não aproveito a vida. Vivo temendo o futuro

Enquanto em poemas choro. Lamentando...

Adriribeiro/@adri.poesias


 

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 04/05/2021
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T7248373
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