O tempo e a vaidade
E no tempo as cores vão se misturando
Com o arrebol da vida. Quanta saudade!
Recordando eu vejo a minha mocidade...
Enquanto dela em versos vou chorando.
A vaidade é a minha pérfida conselheira...
Fala-me ao ouvindo notícias tão estranhas.
Queima o tímpano e fere-me as entranhas.
Mas é a minha fiel e pronta companheira...
Enche o meu coração com o tolo egoísmo...
Me faz duvidar que existe o belo e virtuoso.
Mostra-me do orgulho o rebento monstruoso
Quando arrasta o meu espírito para o abismo.
Ainda que esta seja a testemunha impoluta
Da minha efemeridade, caro tributo cobra...
Essa estupidez, mais meu desespero dobra
Fazendo-me experimentar a perda absoluta.
Assim a fluidez do tempo vai se sublimando
Na criatura. A me perpetuar no denso escuro
Não aproveito a vida. Vivo temendo o futuro
Enquanto em poemas choro. Lamentando...
Adriribeiro/@adri.poesias