Declaração de bens
Recebi a vida que me deram,
e dela cuido como posso.
Não me alimento de flores,
não me visto de amores,
não faço meu livro de obras completas.
Os dias e as noites deixo pelo caminho,
usados.
As lembranças que tenho,
perderei por certo,
em algum momento,
e ninguém achará.
A mochila que carrego tem coisas bobas:
poeira da estrada,
um mapa que só mostra o passado,
brinquedos inúteis,
e uma caixa de ferramentas que não sei usar.
Além disso, só tenho meus versos.
Em pedaços.
Recebi a vida que me deram,
e dela cuido como posso.
Não me alimento de flores,
não me visto de amores,
não faço meu livro de obras completas.
Os dias e as noites deixo pelo caminho,
usados.
As lembranças que tenho,
perderei por certo,
em algum momento,
e ninguém achará.
A mochila que carrego tem coisas bobas:
poeira da estrada,
um mapa que só mostra o passado,
brinquedos inúteis,
e uma caixa de ferramentas que não sei usar.
Além disso, só tenho meus versos.
Em pedaços.