Ultimo poema
Breve farei
Um último poema
Pobre de rimas
Rico de penas
Versarei sobre o acasalamento
do remoto tempo
com o presente momento ...
... Sobre a tênue solidão
daquela casinha de barro
nas tardes quentes do sertão
no ermo daquelas plagas...
...Sobre as sombras que se deitavam
no interior da casa
...o silêncio que se apossava
...o assobiar do vento
pela boca das muitas frestas ...
... Sobre as noites que se alastravam
ouvindo o canto da mãe-da-lua
que de tão triste me agoniava!
Versarei sobre as minhas poucas alegrias
dos tempos das lembranças
quando com as borboletas eu corria,
quando nos banhos de chuvas me aprazia
com a gurizada, em euforia...
...Também, sobre as minhas bonecas de pano
Tereza, Maria, Joana, Luzia
minhas doces e inseparáveis companheiras
com quem confabulava...
...E não esquecerei da primeira escola
da professora Lurdinha
Como esquecer da primeira palmatória?!...
...Tampouco esquecerei
dos sonhos infantos-juvenis
da banda tocando no coreto
das fugas da escola para namorar lá fora,
para ir ao cinema, aos comícios e passeatas...
... Por fim, versarei sobre a solidões pujantes,
no curso da minha história;
sem esquecer que no meio do caminho
houveram muitas cobras...
LINDA INTERAÇÃO DO MESTRE JACÓ FILHO:
Os temas nunca esgotam,
Numa mente criativa,
Tu és Lucena, Erivas,
E as tuas obras, nos mostram...