Ultimo poema

Breve farei

Um último poema

Pobre de rimas

Rico de penas

Versarei sobre o acasalamento

do remoto tempo

com o presente momento ...

... Sobre a tênue solidão

daquela casinha de barro

nas tardes quentes do sertão

no ermo daquelas plagas...

...Sobre as sombras que se deitavam

no interior da casa

...o silêncio que se apossava

...o assobiar do vento

pela boca das muitas frestas ...

... Sobre as noites que se alastravam

ouvindo o canto da mãe-da-lua

que de tão triste me agoniava!

Versarei sobre as minhas poucas alegrias

dos tempos das lembranças

quando com as borboletas eu corria,

quando nos banhos de chuvas me aprazia

com a gurizada, em euforia...

...Também, sobre as minhas bonecas de pano

Tereza, Maria, Joana, Luzia

minhas doces e inseparáveis companheiras

com quem confabulava...

...E não esquecerei da primeira escola

da professora Lurdinha

Como esquecer da primeira palmatória?!...

...Tampouco esquecerei

dos sonhos infantos-juvenis

da banda tocando no coreto

das fugas da escola para namorar lá fora,

para ir ao cinema, aos comícios e passeatas...

... Por fim, versarei sobre a solidões pujantes,

no curso da minha história;

sem esquecer que no meio do caminho

houveram muitas cobras...

LINDA INTERAÇÃO DO MESTRE JACÓ FILHO:

Os temas nunca esgotam,

Numa mente criativa,

Tu és Lucena, Erivas,

E as tuas obras, nos mostram...

Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 21/01/2021
Reeditado em 23/01/2021
Código do texto: T7165269
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