Culposamente
Pousara a columbina em cima do muro
A se manifestar pela perda dos galhos
A me encarar silentemente
Até que eu percebesse o seu lamento
Eu cortara o fícus do quintal
Que acomodara o seu ninho
Que se fora junto as folhas
A beirar o canal
Apesar dos estrondos do martelete
A pequena pomba não se abatera
E se apoderara do malhete
A me condenar
Pois eu desmatara o seu habitat
Ao cortar a sua mais bela árvore
A projetar o meu lazer
E não saber que uma ave eu matara