Solidez da vida
Corri atrás dela, me debati, lutei para alcançá-la! 😊
Não conseguir. 😢
Novamente, carreiras, empregos, filhos, religiões, 😊
Dinheiro vindo a mim...
E nada dela.😢
Sentei, chorei... tinha tudo, e nada dela, 😢
Por que? Como? Era tudo mentira? 😢
Alguém veio até mim,
Não percebi se tinha muito, ou pouco,
Pareceu-me, na hora, que não tivesse nada,
Mas me ofereceu um lenço,
Não me disse nada, não me exigiu nada,
Apenas ofereceu-me aquele lenço,
Olhei, me recusei a pegar,
Tinha quantos lenços quisesse, em casa,
Mas, percebi, ali,
Nenhum lenço,
Meio por educação, meio pela necessidade do lenço,
Peguei, sequei minhas lágrimas, 😒
Virei-me para agradecer... já tinha ido,
Fiquei pensando: quantos lenços em casa?
De que me serviram?
Quando precisei, um estava estendido para mim,
Compartilhado por quem talvez nada tivesse,
Me senti o mais pobre e miserável,
Tanto, e nada.
Meu muito era vazio,
Vazio de sentidos, vazio de propósitos, de serviços,
Eram apenas objetos, inúteis.
Parei de olhar pra mim,
Se não conseguia tê-la,
Ao menos dividiria com outros o que conquistei buscando-a,
Para algo deveria servir.
Compartilhei, uma duas, o quanto tive para dividir,
Aprendi, apreendi, compreendi o prazer de dividir,
A delícia de servir.
Não me lembrava mais dela,
Não corria mais atrás,
Não me fazia mais falta,
Aquela, ideal, não buscava mais,
Encontrei-a, em outra forma,
Sólida no servir.
O Servir encheu-me dela,
Felicidade. 😍
Marta Almeida: 09/11/2020