NAS MINHAS ANDANÇAS

Izaías Veríssimo de Castro - 25/09/2020

Nessa minha vida supostamente curta

Mas de tantos e infinitos percursos

Muito andei, muito lutei, acertei, errei

Contudo ainda não cansei

Caminhei por trilhas, corri por auto-estradas

Pisei em asfalto quente, areia movediça

Mas em aveludados e terra fresca molhada

Agradeço, também muito já confortei

E era isso que por vezes me aliviava

Andei sob pedregulho, fiz calos nos pés

Tropecei, perdi unhas e esfolei dedos

O chinelo não aguentou, fiquei descalço

Mas segui firme a vencer meus medos

Sempre desvencilhei os tais percalços

E das minhas quedas nunca fiz segredo

Agradeço, pela resiliência nos meus atos

Espinhei meus pés, arranhei meu corpo

Caí em pirambeiras, levantei, sacudi a poeira

Tomei rumo de novo a galgar horizontes

Estou vivo, são e salvo sobremaneira

Agradeço, por vencer tudo que me afronte

E poder recomeçar a lida de novo

Enfrentei chuva grossa, vento forte

Intenso quando vem do sul pro norte

Mas muita brisa fresca também já respirei

E em imensos campos de flores

Fartas colheitas já realizei

Portanto nunca reclamei da ironia da sorte

Meus anjos nunca me deixaram a sós

Sempre foram meu cajado, meu aporte

Agradeço, pois dádiva não tem preço

Já fui lesado, enganado por inimigos

Que diziam serem fiéis e fraternos amigos

Mas não, só queriam me levar à bancarrota

E incessantemente tentavam me tirar da rota

Mas por conta da fé que sempre tive

Deus sempre me indicou a porta do abrigo

Agradeço, pelo meu caráter que “veio de berço”

Záias Castro
Enviado por Záias Castro em 25/09/2020
Código do texto: T7072207
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