Bendita Chuva
Chove. A chuva tem cheiro de liberdade, de ousadia
É vida exuberante, que mesmo com céu plúmbeo não fastia
E quando o vento assobia vem o relâmpago e faz-se o dia
Molha a gente, povoa mentes, causa lembranças imanentes
Avoluma as águas dos córregos, faz brotar sementes
Trovões podem soar, mas o temor não atinge os inocentes
Chove. Seu ruído não corrompe o momento, assossega
Podem abrir as janelas porque é o silêncio que macera
Não a chuva, posto que é bela, doce, e pela alma trafega.