ÚLTIMA ESTROFE

Por uma discreta distância observo...

A janela vestida por uma cortina de renda branca

Pareceu-me formosa noiva em ornado altar

Através de sua diáfana veste, percebia em moldura

Um límpido dia em resplandecente azul

Surge o vento, perfumado com fragância de mar

Talvez estivesse acariciando semblantes apaixonados

Ou quem sabe trasportando inspirações sublimes

A corações repletos de amor

De súbito, faz-se suave brisa

Arrebata a cortina, agora sua amada noiva

E por entre minutos que clamam por eternidade

Recebe em seu alvo corpo prazerosa e envolvente carícia

Desdobra-se e recria-se em graciosidade sensual

Sentindo-se amada, reina absoluta em ares de prazer

Cessa a brisa, vai-se o vento...

Resta pesaroso silêncio, testemunha muda

Guardião de tristes devaneios, segreda em si

A última estrofe do que fora poesia em amor.

HASCHEM
Enviado por HASCHEM em 16/09/2020
Reeditado em 21/09/2020
Código do texto: T7064587
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