Desvios de poeta...
Eu sei namorar a solidão. E aprecio isso.
Eu sei me cobrir de renúncia e saudades.
Mesmo se me tiram um riso; ainda assim
se vê a agonia delineada atrás do sorriso.
Eu me privo de liberdade para ocultar-me
no ermo de mim. Como se no meu canto,
tivesse um rio com sinfônica de pássaros.
E de lá eu perco o norte de outra escolha!
Eu me dou bem é nos breus; surfo melhor
nas sombras que nos brilhos; sou sabiá de
terreiro aportado nos baldrames das casas.
Vivo bem, feliz nos meus desvios de poeta!
Eu me alimento de crepúsculos, me refaço
nos silêncios. Escondo-me no meu cômodo
de poeta para enternecer a alma e escrever.
Assim que eu floresço e frutifico em versos!