Carnavalesca
O carnaval passou assim:
sem mágoa,
sem mácula.
O ciclo se encerra nas ruas
molhadas, nas pedras marcadas
da vila de São José.
Adeus, meu amor de uma vida!
Sem milagres,
sem lágrimas.
Ontem te revi num relance
de penas em arranjo.
Nossos olhares não se cruzaram.
Nossos braços, nossos plexos
jamais se cruzarão novamente.
Ontem me despi da esperança,
branda indecisão sepultada.
O carnaval passou assim:
branco, findo, pronto para o porvir.