ÊH BOI!
Ouço o rio que passa
às margens lavadeiras se engraçam
com peixes que riem nas ondas
como estatuetas de sombras
que projetam suas danças
nas águas que descem correndo
e eu ali - vendo
a vida em toda a sua plenitude
sua potência e inquietude...
Vejo nuvens que sorriem e choram
e no céu pouco se demoram
se espalhando sobre negros e brancos
eretos e mancos
felizes e nem tanto
carpideiras e seus prantos...
Num repente de pássaro alucinado
subo na montanha e vejo o gado
caminhando como caminha o sentenciado
e alguém grita- ê boi1
e lá se foi
mais um dia nessa vida por cortesia
de quem se alegra quando lê mais uma poesia...