QUANTOS DE NÓS
Além do cansaço dos ossos de cada ser
As sementes insistem e voltam a vencer
A inércia consentida
E se transmutam em outra matéria
E regem os ventos com seus galhos
Espalhando pólen sobre campos orvalhados
Em sinfonia renascentista de vida...
Além do movimento esperando ser movido
Quantos de nós escapam das caixas de vidro
E abrem os corações como estrelas celestes
Curando desvios de estradas e tantas pestes...
Quantos de nós nos fragmentamos no caminho
E rearranjamos a primeira música que em nós fia
A orquestra de sentidos quando nos cobre de carinho
A poderosa mãe que chamamos de doce poesia...