Soam os sinos

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Soam sinos nas distâncias

Onde o amor é arrimo

E o ranger de antigas portas

Às seis horas acorda os amantes.

Partem com frio, soturnos e sós.

Nos olhos, o brilho febril

Do amor fugidio, furtado.

Enquanto que a dama,

Trama seus cuidados

No trançar as madeixas

Ao titular, sábias queixas.

A fêmea e seu dono

Seu fio e a faca dos fracos

Sem temor, sem amor.

Há uma honra dura e ditada

Que persiste ser lavada

E cabe à essa dama

Tingir de vermelho

Quem sabe, o mundo inteiro.

São coisas deste mesmo mundo,

Que o tempo não muda jamais!

Não há como mudar..

Preconceitos vis e boçais...

Dorothy Carvalho

Dedicado à uma jovem senhora

Na solidão da cova rasa...

Goiânia, 05 outubro 2016

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 06/10/2019
Reeditado em 23/05/2021
Código do texto: T6762879
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