Soam os sinos
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Soam sinos nas distâncias
Onde o amor é arrimo
E o ranger de antigas portas
Às seis horas acorda os amantes.
Partem com frio, soturnos e sós.
Nos olhos, o brilho febril
Do amor fugidio, furtado.
Enquanto que a dama,
Trama seus cuidados
No trançar as madeixas
Ao titular, sábias queixas.
A fêmea e seu dono
Seu fio e a faca dos fracos
Sem temor, sem amor.
Há uma honra dura e ditada
Que persiste ser lavada
E cabe à essa dama
Tingir de vermelho
Quem sabe, o mundo inteiro.
São coisas deste mesmo mundo,
Que o tempo não muda jamais!
Não há como mudar..
Preconceitos vis e boçais...
Dorothy Carvalho
Dedicado à uma jovem senhora
Na solidão da cova rasa...
Goiânia, 05 outubro 2016