O CORPO DO CORAÇÃO
Erro,
porque errar é o pai do acerto,
o berro
é o irmão do concerto
de flautas desvairadas,
o destino
é a palavra com alma descabelada,
que mora dentro do peito...
Aceito,
tudo o que é diferente é,
de repente,
sono do mesmo leito,
peixe da mesma isca,
dança luxuriosa
da mesma odalisca,
da ponta da cabeça ao pé...
Vislumbro o pudim de certezas
na janela da solidão,
a mão que estendo, com leveza,
vem do corpo do meu coração...
Seja assim por toda a vida
essa infinita inquietude,
ver, querer pegar,
tomar nos braços,
da alma de um poeta
principesca virtude...