CARNE QUENTE
O máximo é sempre o mínimo
ao que escreve na folha de mato,
(o defeito de quem come sem tino),
quando devolve o que estava no prato...
O mínimo ao poeta impreciso
é que precisa do máximo de concisão,
apanhar na estrada o resto de juízo,
o choro ávido de um doce coração...
O máximo do mínimo torna o poeta
um detestado ser que se esconde,
prefere ser o garçom da festa
do que ser o rubicundo conde...
O mínimo do máximo já faria o poeta
ser a eminência parda no meio dos brancos,
mas não lhe aparece o sinal na testa
dizendo que ali está um ser feliz e ancho...
Esqueça as máximas e as mínimas palavras
que supõe o poeta possuir em sua alegria,
salvo o salvo-conduto de ir e vir pelas estradas
o que lhe sobra é a carne quente de sua poesia...