DESCENDENTES
Queria que meu braço e o meu grafite
alcançasse o céu mais profundo,
explodisse estalactites,
atingisse o fundo
mais fundo que existe,
onde nasce o sono,
onde a consciência persiste
e, aos pés do trono
de Deus, eu grafitasse
suas vestes coloridas,
onde tudo nasce,
qualquer forma de vida,
que os olhos de todos os planetas
vissem a palavra ali escrita,
que os satélites, os cometas,
vissem que aqui a vida
é regida por esse sentimento,
acima da tristeza e da alegria,
o amor, calma e tormento
nos lábios da poesia,
e nós, descendentes dos elfos
e fadas e druidas e celestes animais,
praticamos, nem todos, decerto
enganados, o amor em busca de paz...