Outono
Escrito em 10-11-14-15/4/2019
"Junte seus buquês de rosa enquanto pode
O Velho Tempo está correndo
E a mesma flor que sorri hoje
Amanhã estará morrendo"
(Robert Herrick)
Com o seu cabelo da cor do outono
E sua pele da cor do céu
O corado o seu rosto de sono
Desabrocha a rosa que floresceu
Vamos, o dia só está começando
Ardendo no frio do clarão nublado
Apressa-te que o tempo sai voando
E o presente de agora será passado
O vento sopra o teu sangue ardente
Que vive correndo pelas folhas secas
Aproveita o dia descontente
Deixa as emoções e a cabeça abertas
Sem timidez nesse mundo inconstante
Porque o Sol não dura mais que um dia
E o julgamento do outro é dissonante
Confinando o que você sonharia
Em tronco vivo morrem as árvores
Junto com as outras flores do jardim
Em madeira gritam os pavores
E vaidades dos que não eram assim
Chora, moça, chora as suas vaidades
Sozinha nas suas melancolias
Lembra-te das mentiras e verdades
Que estão chovendo de suas lágrimas
O tempo passa num curto infinito
E tudo que há não haverá mais de ser
Os botões fenecem em grande aflito
As firmes folhas secarão em você
Você passa discreta como o outono
Calma, rosada, castanha também
É selvagem o vento que menciono
Que soprou cinza o tempo tão jovem