Alhures

Do outro lado do Atlântico,

Moram sorrisos calorosos.

Me esperam por lá muitos abraços

De gente que se põe de pé.

Mãos calejadas. O trabalho é árduo!

Casas de terra batida. Simplicidade

De olhar para aquelas terras.

A saudade anuncia a partida

De gente. Do tempo. Da vida

Que só a gente daqui vive,

A viola no braço e

O cangote suado.

A fé dita o passo.

Só segue quem entende

Que de muito, ninguém precisa.

Meu coração irrequieto pula,

Pra alcançar essa gente que vai

Cantando feliz, num só compasso.

E eu, como eu quero acompanhar as batidas!

Destes corações pulsando no mesmo timbre.

Sozinha, espreito de longe,

Porque não sei o que é felicidade,

Meu choro não tem canto,

E eu não tenho, muito menos, ritmo.

Ursula Zamprogno
Enviado por Ursula Zamprogno em 26/03/2019
Código do texto: T6607790
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