Sobretudo
Sobre o homem deita-se o mundo
Não sabendo a quem recorrer
Luta contra si.
Em vão
[Muitas vezes]
Sobre o homem deita-se a vida
Não sabendo distinguir paz e amor
Destila a si em ódio
[Quase sempre]
Sobre o homem deita-se a vaidade
Enrugada e velha
Deformada
[Como a vida e o mundo]
Sobre o homem deita-se a ignorância
Oh doce vida
Docemente adocicada
Brinco de existir
Mesmo sem saber de nada
[Sempre]
Sobre o homem deita-se a verdade
Tão de longe se atém a poucos
Poucos os animais de pureza
Conhecem-na.
Deita-se o homem
Deita-se o mundo
Deita-se a vida
Deita-se a vaidade
A ignorância
A verdade.
[E o tempo passa sobre tudo como um trator]