Sobretudo

Sobre o homem deita-se o mundo

Não sabendo a quem recorrer

Luta contra si.

Em vão

[Muitas vezes]

Sobre o homem deita-se a vida

Não sabendo distinguir paz e amor

Destila a si em ódio

[Quase sempre]

Sobre o homem deita-se a vaidade

Enrugada e velha

Deformada

[Como a vida e o mundo]

Sobre o homem deita-se a ignorância

Oh doce vida

Docemente adocicada

Brinco de existir

Mesmo sem saber de nada

[Sempre]

Sobre o homem deita-se a verdade

Tão de longe se atém a poucos

Poucos os animais de pureza

Conhecem-na.

Deita-se o homem

Deita-se o mundo

Deita-se a vida

Deita-se a vaidade

A ignorância

A verdade.

[E o tempo passa sobre tudo como um trator]

Gabriel Meira
Enviado por Gabriel Meira em 08/02/2019
Reeditado em 18/08/2019
Código do texto: T6569703
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