Na Estrada Recreio dos Bandeirantes

Desmatadas

As árvores de minha cidade estão cansadas

Isoladas no meio do cimento e asfalto

Vulneráveis à tempestade da tarde

Que as desmorona, as quebra

Sufocadas pelos pós das chaminés

Pelos gases poluentes dos automóveis

Pelas gambiarras energizadas

E pelos homens vorazes dos cartazes

Suas raízes estão a se enfraquecer

Seus troncos lenhosos recebem pregos

Ao invés de abraços e laços de cordas de cipó

Portanto, há pouca sombra e ar fresco

Em suma, árvores da floresta suportam vendavais

O vento vem como benefício da natureza

A fazê-las se cumprimentarem

Antes da certeza do retorno dos pássaros

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 07/02/2019
Reeditado em 13/02/2019
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