Verdade rasgada

Vejo tudo que se passa: a vida que brota,

A mata que arde, a arma na mão,

O corpo estirado, o choro rasgado...

Não existe culpado, não existe emoção.

Vejo o filho do pobre mastigando a ilusão.

Vejo as armas tão caras seguindo a multidão

Que vagueia sem teto em busca de um pão...

Não existe culpado, não existe perdão.

Vejo a letra do hino e o desenho da bandeira.

Leio a história que narra o fim da escravidão,

Enquanto morre o escravo com o corpo massacrado...

Não existe culpado, não existe razão.

Vejo tudo que se passa: a morte não deixa nada

E o fim começa amanhã. Talvez a miséria

Cante um hino de dor e esfaqueie a realidade

Para iludir a ilusão. E não haverá mais fronteira...

Nem bandeira... nem nação.

Elias Pereira
Enviado por Elias Pereira em 21/11/2018
Código do texto: T6507753
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